Rhinoclemmys pulcherrima manni (Gray, 1855)
Tartaruga pintada da Costa Rica
(Painted wood turtle, ornate wood turtle,…)
Principais características:Espécie semi-aquática (
mais terrestre que aquática, pelo menos comparativamente com as restantes familiares do género Rhinoclemmys), omnívora, que não ultrapassa os 20 cms em adulta, nativa do México, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Costa Rica.
É uma tartaruga de coloração muito marcada, sempre com tons laranja na cabeça e carapaça e por este motivo considerada por muitos como uma das tartarugas mais bonitas existentes.
Trata-se de um tartaruga que habita zonas de floresta temperada e húmida, que não hiberna em estado selvagem, extremamente activa e de fácil manutenção, considerada como sendo excelente para hobbystas com pouca experiência em tartarugas.
Condições de manutenção em cativeiro:Esta espécie necessita de um espaço misto, com terra e água, preferencialmente com maior extensão terrestre que aquática. A profundidade da parte aquática não pode exceder o comprimento da carapaça, uma vez que não são nadadoras. Relativamente à parte terrestre, pode-se usar como substrato materiais que retenham e libertem humidade como casca de pinheiro (tratada), húmus, fibra de coco, terra desmineralizada eventualmente misturada até 50 % com areia, e outros. A altura da parte terrestre deve permitir que elas se possam enterrar, uma vez que gostam de se esconder, deixando apenas a cabeça de fora. Para este efeito também podem ser utilizadas plantas falsas com folhas grandes.
Esta espécie precisa de ser mantida em ambiente húmido, acima dos 70% de humidade, pelo que para manter níveis de humidade suficientes poderá ter que se borrifar o aquaterrário uma ou várias vezes por dia. Outra forma de manter humidade é colocando uma fonte de calor por cima da zona aquática.
A temperatura nunca poderá baixar dos 20.º C, nem no Inverno nem durante as noites mais frias, uma vez que esta espécie não hiberna, pelo que deverá ser mantido um dispositivo de aquecimento que lhe permita estar aproximadamente entre os 22.º C e os 32.º C consoante a zona do aquaterrário (lâmpada de cerâmica, spot UVA, cabo radiante, etc.).
Como para qualquer tartaruga, a luz UVB é necessária, sendo suficiente um nível de radiação equivalente a 5.0 UVB. Contudo, no caso de ser mantida em exterior, com acesso a sol directo, não é necessária lâmpada UVB.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Alimentação:Em cativeiro, a R.p.manni pode ser alimentada com frutas, vegetais e proteína animal.
Couve rouxa, dente-de-leão, serralha, endívia, hibisco, malva, beldroega, agrião, trevo e rama de nabo podem ser, entre outros, oferecidos.
Maçã, melão, abóbora, curgete, manga, papaia, uva e banana (que adoram) são também elegíveis.
Pequenos caracóis, tenébrio, minhocas, ou mesmo pequenas febras de frango ou peru cru, podem completar a dieta da R.P.manni. Contudo, a proteína animal só deve ser oferecida entre 2 a 4 vezes por semana.
Vitaminas em pó e suplemento de cálcio (por exemplo através de um osso de choco à disposição) podem favorecer um crescimento mais equilibrado.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Dimorfismo sexual: Esta espécie não é das mais fáceis de distinguir. Ao contrário de outras espécies, o macho não tem as unhas mais compridas nem concavidade no plastrão.
A cauda da fêmea é mais curta que a do macho e o orifício cloacal mais interior, ou seja, nunca ultrapassa a medida da carapaça. Ao contrário, a cauda do macho, que é mais comprida, tem a cloaca bem mais afastada, estando o respectivo orifício quase sempre no limite ou fora do limite da carapaça.
Acasalamento:O ritual de acasalamento é muito bonito. O macho cheira insistentemente a fêmea junto ás patas e á cauda. De seguida estabelece contacto visual e enfrenta a fêmea ondulando o seu pescoço em movimentos circulatórios contínuos. A fêmea, se estiver interessada, tenta morder a cabeça do macho, que a recolhe por completo por alguns segundos. Quando o macho volta a pôr a cabeça de fora, corre para cima da fêmea, consumando-se a cópula. A cópula em si dura pouco tempo, não mais de um minuto; já com o pénis introduzido o macho estica completamente a cabeça para fora, e depois coloca-a completamente para dentro, altura em que se ouve um pequeno gemido. Este engraçado movimento do macho em plena consumação do acto sexual, pode ocorrer entre duas a seis vezes, dados retirados apenas da minha experiência pessoal.
Cerca de 4 a 6 semanas após, a fêmea deposita em terra entre um a 5 ovos, o que pode repetir-se por mais umas duas a quatro vezes (com intervalos de 4 a 6 semanas), representando um total de cinco posturas, nunca mais. Os ovos são duros e longos (cerca de 5x2,5 cms) pesando aproximadamente 20 gramas.
Na maioria dos casos os ovos sofrem uma paragem no seu desenvolvimento embrionário (diapause), podendo por isso a incubação durar entre 2 a 8 meses.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Perigos: Esta espécie não está incluída em qualquer dos três Anexos CITES.
É criada habitualmente em cativeiro, sendo comercializada por valores relativamente baixos, comparativamente com outras espécies.
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Texto elaborado e da responsabilidade de Rui Pessoa)