Cuora amboinensis (Daudin, 1801)
Descrição/morfologia: A
Cuora amboinensis é uma tartaruga semi-aquática, designada tartaruga de caixa, uma vez que consegue fechar-se completamente dentro da carapaça, se não na totalidade, pelo menos alternativamente, na cabeça e patas dianteiras, ou na cauda e patas traseiras. Essa característica, apenas igualada pelas tartarugas do género Terrapene norte-americanas, é conseguida através de uma charneira cartilaginosa existente sensivelmente a meio do plastrão.
Trata-se de uma tartaruga de forma elíptica e abobodada, com a carapaça invariavelmente de tom castanho escuro ou mesmo negro e o plastrão de tom beije ou amarelo claro, podendo constar manchas delineadas negras em cada escama, embora por vezes muito esbatidas, dando um aspecto geral acinzentado; mesmo neste caso, as bordas do plastrão são sempre de tom beije ou amarelo. A cabeça e pescoço são pretos em cima e beije/amarelo em baixo. Lateralmente têm 3 linhas, que nascem na zona mandibular, de um amarelo muito vivo e bem delineado, o que lhes confere uma beleza única.
As fêmeas podem atingir os 20 cms, ficando os machos com menos 2 a 4 centímetros, sendo usual que, em cativeiro, não atinjam sequer estas medidas. A sua esperança de vida situa-se à volta dos 30 anos.
Distribuição geográfica: Continente asiático, encontrando-se nomeadamente no Bangladesh, Tailândia, Cambodja, Vietname, Indonésia, Malásia e Filipinas. Prefere zonas de folhagem densa, cursos de água lenta e leitos de rios.
Subespécies: Cuora amboinensis amboinensis, Cuora amboinensis kamaroma e Cuora amboinensis couro.
Temperatura: Quando mantida em cativeiro, deve ser providenciada uma temperatura ao longo de todo o ano entre os 23.º C e os 30.º C, com zonas mais quentes que outras, para o animal poder escolher e efectuar a termoregulação convenientemente. A Cuora amboinensis não hiberna.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Alimentação: Sendo uma espécie omnívora, esta tartaruga aceita relativamente bem uma grande variedade de alimentos. Em cativeiro podem ser administrados: Peixe crú não gordo; carne de frango crú; sticks para tartarugas omnívoras; caracóis; minhocas; endívia; agriões; dente-de-leão; serralha; hibisco; tomate; banana, manga, maça e outros frutos com alguma moderação.
Na idade adulta conseguem alimentar-se fora de água.
Em cativeiro: Esta espécie foi largamente exportada do continente asiático, sobretudo para os continentes americano e europeu, pelo que por vezes se encontra à venda como animal de estimação.
A sua manutenção em cativeiro implica a utilização de um aquaterrário com pelo menos 1,5X0,50 metros (dimensões para um casal adulto), não devendo a zona aquática ser profunda – a Cuora amboinensis, embora sendo a mais aquática de todas as tartarugas do género, não é uma boa nadadora.
A parte terrestre pode representar mais ou menos um terço da àrea total.
Deve ser providenciada iluminação com raios UVB, aquecimento, refúgios em água e em terra, vegetação e folhagem, devendo o ambiente terrestre ser mantido com um grau de humidade elevado, sobretudo em período de reprodução. Em adultas parecem preferir dormir em terra, abandonando a água quando já não há luminosidade.
Dimorfismo sexual:Atingem a idade adulta de um modo geral cedo, por volta dos 5 anos, embora as fêmeas possam demorar mais tempo a atingir a maturidade sexual.
O macho apresenta uma cauda mais expessa e comprida, ficando o plastrão côncavo. Como habitual na maioria das tartarugas, a cloaca do macho encontra-se muito mais afastada da base da cauda do que nas fêmeas e tem sempre dimensões menores comparativamente com esta. Nota-se ainda as garras mais enroladas, o que de certo modo facilita o agarrar da fêmea no acto de cópula.
Na imagem, da esquerda para a direita: fêmea adulta (18 cms), macho adulto (16,5 cms), juvenil (8 cms) e cria (4 cms):
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Reproduçao: Pretendendo-se tentar a reprodução em cativeiro, deve ser acautelado um conjunto de dois ciclos temporais distintos, sendo o período de reprodução (normalmente de Abril a Setembro) mais quente, mais húmido e de espectro luminoso diurno mais comprido, cerca de 14/15 horas, enquanto que no resto do ano o mesmo deverá ser de apenas 11/12 horas.
O macho é extremamente agressivo para a fêmea, mordendo o seu pescoço com violência, pelo que devem ser mantidos separados na maior parte do ano.
A fêmea deposita, em terra húmida, em 3 ou 4 posturas anuais, entre 1 a 4 ovos de forma elíptica, que medem entre 3,5 e 5,5 cms por 2,3 a 3,2 cms, enterrando-os a uma profundidade de 5 a 10 cms.
A incubação pode ser feita artificialmente, exigindo uma humidade constante de pelo menos 80%, devendo a eclosão dar-se por volta dos 60 a 80 dias após a postura.
As crias nascem com 3 a 4 cms e apresentam uma carapaça bastante achatada, só uns bons meses mais tarde começando a notar-se a mesma a ficar abobodada.
Dois a quatro dias após o nascimento, após a absorção completa do saco vitelino no plastrão, os bebés começam a alimentar-se.
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Protecção: Objecto de exportação do continente asiático em grande escala, bem como utilizada para alimentação, esta espécie encontra-se actualmente ameaçada, constando do
Anexo II da Convenção CITES desde há largos anos.
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